14º Domingo do Tempo Comum

 

Eis o teu Rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro, humildemente. (cf. Zac 9,9-10)

O Todo-poderoso vem ao nosso encontro,
com a doçura da misericórdia e a ternura da mansidão.
Aproxima-se humilde, sentado num jumentinho da Galileia,
combatendo o egoísmo e a desesperança com a arma da palavra,
animando uma vida nova com a luz suave do seu Espírito.
Ó como é simples é seu Evangelho, como é leve a sua liturgia,
como é radical o seu seguimento, como é belo o seu abraço!
Vem ao nosso encontro para nos colocar a ir ao seu encontro
na pessoa do irmão que precisa de mim,
da criatura que necessita de paz, na solidão que anseia por amor.
Que surpresa de Rei quando nos habituámos aos fanfarrões
que só ameaçam, agridem, condenam e humilham!

O poder, hoje, tem escala global, corpo em rede,
ambição universal, cabeça sem rosto, tentáculos sem número.
Ao nível de estados, o poder intimida pela força das armas,
pelos contratos ou cortes de relações económicas,
pelas muralhas de defesa e de ataque, alianças de bloqueio,
guerras informáticas, crivos alfandegários…
Ao nível empresarial, o poder usa as armas do marketing,
explora os mercados de trabalho barato e injusto,
alarga os mercados de venda, combatendo a concorrência.
Nesta lógica de poder, os fins justificam os meios,
baseados no medo e na mentira, embrulhada de verdade redentora.
O perigo é quando a Igreja entra nesta lógica
e renuncia a acreditar no Espírito de Jesus que a anima!

Senhor, manso e humilde de coração,
que vens ao nosso encontro como fonte de vida,
abre-nos à verdade simples e eterna que se esconde no quotidiano.
Envia-nos o teu Espírito e ajuda-nos a ver os sinais do Reino de Paz,
que sussurram no mais profundo da nossa consciência,
quando o silêncio dá lugar à escuta e o coração fica livre para amar.
Neste tempo de férias que abranda o ritmo,
dá-nos o dom do encontro, a graça da contemplação,
o descanso da ansiedade, a pacificação das tormentas rancorosas.

Pe. José Augusto