Eis o teu Rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho. (cf. Zac 9,9-10)
Deus surpreende-nos com a Sua candura de poder amigo.
A cada esquina da vida sentimos a Sua presença benfazeja.
Em cada cova, por nós cavada, encontramos uma Mão salvadora.
Em cada desorientação aventureira, há uma Luz que nos reorienta.
Como é belo e simples a grandeza deste Mistério que nos envolve
e nos faz caminhar como filhos de Deus na calçada da vida.
A grandeza mundana anda coroada de ostentação fanfarrona.
O sábio gosta de falar uma linguagem incompreensível
que humilha o senso comum e o faz sentir ignorante.
O rico necessita de mostrar que é mais em celindrada de carro,
em metros quadrados de construção e marcas de adorno.
O poderoso é tão fraco que necessita de armas de violência
para se defender e meter medo a quem lhe faz sombra.
Quando a pessoa se reveste destas próteses de aumentação,
desleixa-se a simplicidade, a proximidade, a gratuitidade,
a verdade e a coerência, a candura do amor e a solidariedade,
a surpresa da contemplação e a intimidade do louvor.
Eu Te bendigo ó Pai, eu Te bendigo ó Filho, companheiro de jornada,
eu Te bendigo ó Espírito, porque em tudo, Trindade, és dom e serviço!
Eu Te louvo, meu Deus, por tantos sábios e cuidadores da vida
que colocaste no meu caminho, revestidos de analfabetismo
e adornados de pobreza de meios, mas de hospitaleiro brilho nos olhos.
Ensina-nos a caminhar segundo esse mesmo Espírito, grande e simples,
que nos descansa em Deus e na confiança dum abraço crucificado,
e nos alarga o coração, fazendo de cada instante um encontro irmão.
Pe. José Augusto