Sai e permanece no monte à espera do Senhor. (cf. 1 Reis 19, 9a.11-13a )

Deus está connosco de uma maneira imprevisível.

Ele manifesta-se aqueles que O esperam no monte,

no silêncio da fé e com horizontes de infinito.

Ele manifesta-se umas vezes como fogo que purifica,

outras como nuvem que ilumina e protege,

outras como brisa suave, acalentadora e impercetível,

outras como presença no meio da tempestade e da noite…

É preciso espera-Lo, quando e como Ele quer manifestar-se.

Colocaram-nos todos a correr à volta de nós mesmos.

Por isso, é difícil sair deste rodopio que nos estonteia,

é complicado arranjar tempo para esperar o Mistério,

é incómodo não ter o comando de controle

quando rezamos ou nos dispomos a escutar o Senhor.

A solução para tentarmos domar este Deus imprevisível

é correr ao som de ruídos ensurdecedores,

usar fórmulas feitas e exatas de oração para despachar,

cumprir escrupulosamente os rituais litúrgicos…

Ou seja, andar por caminhos seguros e previsíveis!

Senhor, Mistério de amor escondido que nos envolves,

como sois grande e quanto temos ainda de buscar-Te,

numa aventura da fé que anseia pelo face-a-face.

Cristo, Emanuel que nos estende a mão de salvador,

quando a fé se afoga nas dúvidas e no medo,

aumenta a nossa fé e desperta-nos para a Tua presença.

Espírito, brisa suave que consolas e iluminas a alma,

ajuda-nos a sair de nós mesmos e a esperar-Te confiante,

para que cada instante seja encontro místico

que relance a procura peregrina e discipular de Cristo.

Pe. José Augusto