Ele confessou: «Eu não sou o Messias». (cf. Jo 1,6-8.19-28)
A Palavra chama João a servir-lo como mediação de voz.
O Batista sabe quem é o único que pode dizer: “Eu sou”,
por isso, apresenta-se como o “não sou”,
a voz que prepara e aponta para a vinda do Messias.
A fidelidade profética reveste-o de humildade e de verdade,
não se aproveitando do deslumbre do povo
que vê nele um homem de Deus, um profeta.
É a alegria de servir o Senhor e não de se servir do Senhor.
A tentação de se autoproclamar messias é transversal.
Há messianismos políticos, económicos, étnicos, religiosos,
ideológicos, culturais, científicos, etário, de género,…
Em todos há a desconfiança e inferiorização do outro,
e a cegueira da imprescindibilidade de si mesmo.
Estes messianismos geras tiranias, paternalismos,
desigualdades, injustiças, guerras, fundamentalismos,
medos, marginalizações, preconceitos, racismos…
É difícil viver ser numa sociedade de messianismos!
Senhor, omnipotência que se inclina e serve a aliança,
obrigado porque nos chamas a ser teus colaboradores
na missão de governar e salvar o mundo.
Cristo, Messias revestido de humanidade frágil e pura,
envia-nos o teu Espírito para Te seguirmos com fidelidade
e Te testemunharmos com humildade feliz e corresponsável.
Cura-nos da tentação da idolatria e do messianismo,
e faz de nós irmãos uns dos outros.
Ajuda-nos a ser a voz que Te anuncia e o coração que Te ama.
Pe. José Augusto