4º Domingo da Quaresma

Vivei como filhos da luz, porque o fruto da luz é a bondade, a justiça e a verdade. (cf. Ef 5,8-14)

Deus é luz e nele há trevas nem lugar de segredos maus.
O grande segredo é a fonte inesgotável da misericórdia,
que quer lavar e purificar toda a criação, 
das trevas que a envergonham e deprimem.
Cristo é a luz do mundo, acendida nesta sarça ardente de amor,
que eternamente alimenta o rio da bondade, da justiça e da verdade.
O batizado é um iluminado por Cristo, que se torna luz do mundo,
alimentado pela luz do Evangelho e pelo pão dos sacramentos,
na festa do encontro e da entrega, numa sinfonia de povos.
Quaresma é tempo para limpar a nossa lâmpada da rotina da sujidade
e abastecer a esperança com o óleo puro do Espírito Santo.

Um sacramento feito à pressa, 
distraído pelos flashes das fotos e dos holofotes das câmaras, 
dificilmente irá fazer brotar uma vida nova 
que não seja a mesma rotina de sempre, 
a festa de um dia, o banquete de amigos, o show de vaidades, 
um ruído de superficialidades, a sacralização da cegueira.
A cegueira espiritual origina outras cegueiras: 
idolatria, avareza, surdez ao diálogo, arrogância convencida, 
monólogo gritado, ambição desmedida, gula de prazer, 
indiferença ao pobre e ao frágil, incapacidade de ver o todo, 
distorção ideológica e interesseira da realidade, incoerência, 
infidelidade, descrença, dificuldade de discernimento.

Senhor, ajuda-nos a fazer contigo 
um caminho de cura da nossa cegueira. 
Que o teu Espírito nos ensine a ver o mundo 
com a luz do amor e da compaixão, 
para que ninguém se torne invisível nem nos seja indiferente. 
Renova o nosso Batismo com a seiva da tua Palavra 
e o Pão da tua entrega, para que demos frutos bons, 
justos, santos e verdadeiros. 
Cura-nos da nossa cegueira espiritual 
para que Te possamos encontrar como Bom Pastor, 
ao longo da peregrinação da vida e na meta final.

Pe. José Augusto