COMENIUS é um projeto de parcerias multilaterais, com a duração de dois anos, que tem como tema: “ Um guia para jovens guias europeus”.

Nasceu muito do esforço conjunto do Agrupamento das Escolas Secundárias do Fundão.

Aldeia de Joanes, a 21 de Fevereiro, foi o primeiro local da Zona da Cova da Beira a ser escolhido para desenvolvimento de atividades divulgadoras do património cultural, arquitetónico e gastronómico. Desta forma, cerca de cinquenta estudantes acompanhados com os seus professores da Bélgica, Alemanha, Polónia e Estónia, deslocaram-se a pé do Fundão a caminho de Aldeia de Joanes. Ao seu lado, alguns professores portugueses do Agrupamento das Escolas do Fundão.

Tiveram oportunidade “in loco” de verificar que estavam na presença de uma comunidade que viveu basicamente da agricultura, embora nos tempos de hoje já tenha uma forte componente urbana. Á entrada da Freguesia, viram a Capela de S. Sebastião Mártir, que, principalmente na Beira Baixa, tem muitas festividades, unindo os rituais religiosos aos profanos. Logo de seguida, observaram as novas instalações do Agrupamento 1335 do CNE, com a simbologia escutista, que é mundialmente conhecida. Falaram-lhes na Zona Medieval, da Capela de Nossa Senhora do Amparo e da festa tão entranhada na alma dos naturais desta Aldeia de Joanes. Passaram pela Casa onde nasceu o célebre Pad’Zé, o fundador da Queima das Fitas da Universidade de Coimbra, e chegam ao Adro da Igreja Matriz. Ali perto, após cedência do poder local, fumegava o Forno Comunitário, onde não tardaram a entrar as cozeduras do pão caseiro, preparado e amassado por mãos de professoras e assistentes operacionais cujos ensinamentos aprenderam na escola da vida de suas avós, mães e outros familiares. Enquanto decorria esta operação gastronómica, foi proporcionada uma palestra e visita guiada em inglês à Igreja Matriz de Aldeia de Joanes. Os estudantes estrangeiros mostraram uma atenção e respeito invulgares nos dias que correm em locais sagrado. Muitos estudantes portugueses deviam tê-los observado para seguir o exemplo. Explicou-se que se trata de uma Igreja dos princípios da nacionalidade portuguesa. Através dos séculos, tem sofrido muitas transformações, muitas delas sem o mínimo respeito pelo seu património. Há um historiador que afirma que os seus alicerces são de uma antiga mesquita. Chamou-se a atenção para a imagem de S. Pedro, o orago, o padroeiro, da Igreja Matriz, para os retábulos, onde se encontra a figura deste Apóstolo, cruxificado de cabeça para baixo.

A Professora do Grupo dos Estudantes da Estónia, perguntou qual a percentagem de católicos desta Comunidade, tendo-lhe sido informada que ronda os 100%, mas só 10%, vem aos treinos, pratica e participa nos atos litúrgicos, faz prática dominical. Riu-se… Pediu-se para se concentrarem na imagem de S. Vicente, Padroeiro da Irmandade, fundada em 1233, uma das mais antigas de Portugal. Foi-lhes explicada a missão desta Instituição secular, que dá resposta e cumprimento às obras de misericórdia. Os jovens ficaram muito sensibilizados e, dado o interesse manifestado, foi entregue a cada grupo estrangeiro, um exemplar dos Estatutos da Irmandade. Aproximou-se a hora do almoço – uma refeição constituída por pequenos pães recheados com fiambre e chouriço, pizas, carne entremeada, bom queijo e compotas com bons sabores regionais.

Todos os alunos e professores saborearam com muito prazer o pão caseiro, saído do Forno Comunitário de Aldeia de Joanes, talvez porque tiveram oportunidade de acompanhar o processo de cozedura. Na sobremesa, surgiram as sempre dispostas papas e a universal fruta. José Adelino Lambelho Proença merece menção honrosa nesta celebração. Felizes, lá partiram para outras paragens históricas do Concelho do Fundão, na certeza de que não esquecerão a simpatia das gentes da Beira Baixa, principalmente de Aldeia de Joanes. Em Outubro deste ano, será a Bélgica a retribuir o encontro intercultural, patrimonial, arquitetónico e gastronómico, inserido no projeto COMENIUS. António Alves Fernandes Aldeia de Joanes Fevereiro/2014