É NATAL…

“ Anuncio-vos a Boa Notícia, que será uma grande alegria para todo o Povo: hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador.” (Luc.2, 10-11)

Quando, num convívio de ex-bancários, se recordam companheiros de profissão já falecidos, com um minuto de silêncio e se reza a oração do Pai Nosso.

Quando, os pais festejam o aniversário do seu filho, que todos os dias luta para vencer a doença, e lhe escrevem um poema, cantado por todos os convidados.

Quando, uma emprega de cozinha de um Lar da Terceira Idade abre as portas para entrar uma mulher, que acabara de ser vítima de violência doméstica, dando-lhe segurança, refúgio e mobilizando as autoridades para a resolução do problema.

Quando, um grupo de escuteiros se mobiliza para apoiar e ajudar a população de Albufeira, vítima das graves enchentes, ajudando a limpar ruas e lojas.

Quando, na catequese de uma comunidade paroquial, as catequistas promovem e assinalam o aniversário de uma menina com dificuldades económicas, fazendo festa e levando este evento para a Eucaristia Dominical, onde todos lhe cantam os Parabéns.

Quando, o responsável de uma Comunidade Paroquial celebra diversas vezes uma Eucaristia em sufrágio de todos os Benfeitores e Colaboradores da mesma.

Quando um familiar procura, a propósito de um aniversário, a paz e o diálogo entre os familiares que andavam de candeias às avessas.

Quando, uma mãe faz a Primeira Comunhão juntamente com o seu filho mais velho, afirmando “ tratar-se de um dos dias mais felizes.”.

Quando, o Papa Francisco, de regresso de uma vinda de África, chama a atenção para “ a desnutrição e exploração das pessoas, para o trabalho escravo e a falta de água potável”, rematando que “a grande ferida do Continente Africano é a injustiça social e a injustiça no meio ambiente.”

Quando, uma empregada pede ao dono de um restaurante que lhe dê refeições, para as levar a uma família desempregada e pobre, que assim mata a fome.

Quando, num velório uma leiga ripa do seu bolso o terço e inicia assim a recitação do rosário em sufrágio do falecido utente de um Lar de uma Santa Casa da Misericórdia, e o Celebrante (o Assistente Religioso oficial estava ausente), antes de começar a homília, apresenta os sentimentos à família.

Quando, um familiar convida outros familiares, onde se incluía uma viúva, um filho desempregado e um jovem divorciado, para passar a Noite de Natal na sua casa.

Quando, numa Comunidade Cristã, as Catequistas sensibilizam as crianças e adolescentes para a partilha nesta quadra natalícia, entregando alimentos junto ao Presépio a fim de serem entregues ao Núcleo da Caritas Paroquial, que os distribui pelas famílias mais necessitadas.

Quando, estas iniciativas catequéticas valorizam a Misericórdia de Deus sem limites como um incentivo à prática da Caridade para com os mais pobres.

Quando, uma criança partilha as compras de Natal com outros meninos mais pobres, sem direito a comprarem prendas.

Quando, um visitador voluntário do IPO de Lisboa há mais de trinta anos, enxuga as lágrimas de muitos doentes que já não têm forças nas suas mãos para as limparem.

Quando, no aniversário natalício de um ex-aluno de uma Escola Apostólica, este solicita a todos os presentes para ajudarem aquela instituição, com missionários na Alemanha, Portugal, Moçambique e Índia.

Quando, numas entrevistas infantis na RTP1, algumas crianças afirmam que não conhecem o pai natal, mas sim o Menino Jesus.

Quando, todos os dias tu e eu o celebramos, o vivemos com os nossos familiares e amigos, na comunidade onde estamos inseridos.

Quando, o irmão (padre) de um arquiteto assassinado em Lisboa teve a capacidade de na TV dar o perdão ao criminoso no sentido de este não voltar a praticar o mal.

Semana a semana, percorro temas diversos e pessoas de quem ninguém fala, incógnitas apesar de tanta riqueza cultural e humana no seu interior. Espero continuar a viajar com as palavras que transportam sentimentos e memórias.

Desejo a todos os meus leitores BOAS FESTAS E UM SANTO NATAL.

O vosso amigo,

António Alves Fernandes

Aldeia de Joanes

Dezembro/2015