Entregar a nossa vida a Deus é um acto de fé. É um compromisso com a vida, com Deus, que implica uma atitude plena de amor a Deus, com consciência da sua grandeza e do seu amor, que queremos corresponder, desafiando-nos a viver, a viver com esperança, a crer em Jesus Cristo, em Igreja, e a celebrar a fé, manifestando o amor, a paixão e a alegria de se Ser Cristão. O compromisso advém de um espírito inquieto, de atracção para com Deus, procurando conhece-Lo melhor. No entanto, na actualidade, quantos não sentem este espírito, mas que, porém não o revelam, não o exprimem, vivendo oprimidos na igualdade, no medo, na opinião comum, que se resume à racionalidade humana, à necessidade da evidência do que é empírico e palpável. Contudo, a Fé, sobrepõem-se, exprime-se no nosso interior como um Dom de Deus, que não é fruto da razão, ou da nossa carne, mas sim do Pai, que nos convida a crer sem limites, criando uma relação de intimidade com Deus, que não se pode supor, somente, como informativa, mas como uma entrega de todo o ser, com todo o seu entendimento, vontade e desejos, à manifestação que Deus faz de si mesmo. Deste modo, a nossa confissão de fé tem que ser edificada sobre uma relação de intimidade para com Deus, que está acima do opinião corrente, e que nos compromete a seguir a Deus, a elevarmo-nos, a crescermos à medida que intensificamos a nossa relação com Deus, numa relação intimamente ligada entre Fé e Evangelização.
Seguir a Deus, não tem que ser um acto à partida, pleno de fé, mas um acto de um coração que nas suas inquietações pretende ousar, e percorrer um caminho ao lado de Deus, deixando-nos guiar pela sua palavra, porque Ele conhece-nos e ama-nos, loucamente, e Ele é a força que nos sustenta, e a alegria que nunca nos abandona.
E, nesta amizade com Jesus, cresce a Igreja, que se insere nas paróquias e nos seus movimentos, com a certeza que a nossa fé é apoiada pela fé dos nossos irmãos. Por isso, não podemos prevalecer com o julgamento da auto-suficiência. A fecundidade da Igreja deriva do testemunho sincero, da aceitação e da união. Cristo não pode ser confinado a nós próprios, temos que partilhar a alegria da nossa fé, para que todos os que vivem atraídos a Deus não temam, pois há multidões de jovens com o mesmo ímpeto, que aspiram à diferença, à possibilidade de coisas maiores, e de valores autênticos enraizados na fé edificados sobre um estilo de vida de paixão para com Deus. Deixando-nos seduzir com todo o afecto e fidelidade. Portanto se nós nos deslumbrámos com a beleza de Deus e do seu amor, então é impossível não o dar a conhecer aos outros. “O mundo necessita do testemunho da nossa fé”.

Ana Rita Andrade

2º Domingo da Quaresma
2º Domingo da Quaresma