45º Dia Mundial das Comunicações Sociais vai ser apresentado dia 2 de junho, em Lisboa, e está em destaque no Semanário ECCLESIA desta terça-feira
Lisboa, 24 mai 2011 (Ecclesia) – A relação dos cristãos com a Internet e as redes sociais vai ser tema em destaque no 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais, evento da Igreja Católica que, em Portugal, tem apresentação marcada para 2 de junho.

Este encontro de preparação realiza-se no auditório da igreja paroquial de S. João de Deus, em Lisboa, a partir das 17h00, contando com a presença do diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, cónego António Rego, e do presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Manuel Clemente.

“O Reino Digital”, “Onde estamos?” e “Onde podemos ir?”, serão algumas das questões a debater com os jornalistas presentes.

Na mensagem que deu o título a este 45º Dia Mundial, “Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital”, Bento XVI fala de um conjunto de ferramentas que “mudaram o modo de comunicar” e provocaram uma “ampla mudança cultural”, na qual os cristãos se devem saber inserir “com criatividade consciente e responsável”.

Não esquecendo que “o contacto virtual não pode nem deve substituir o relacionamento humano”, o Papa destaca também as potencialidades que estes avanços tecnológicos podem proporcionar, em matéria de evangelização.

Manuel Pinto, na edição de hoje do Semanário ECCLESIA, recorda que esta preocupação da Igreja Católica, em acompanhar os “sinais dos tempos”, já vem desde a elaboração da instrução pastoral “Communio et Progressio”, publicada por mandato do Concílio Vaticano II, em 1971.

“É extraordinário como um documento de há 40 anos continua a colocar-se não só como memória, mas como horizonte do muito que há a fazer” sublinha o professor de Jornalismo e de Educação para os Media, da Universidade do Minho.

“Isso tornou-se possível”, realça o docente, “porque, no essencial, não se ficou pelo discurso eufórico acerca das promessas tecnológicas nem tão-pouco por uma perspetiva instrumentalista dos meios de comunicação, tão típica das grandes estruturas de poder, sejam elas económicas, políticas ou culturais, a Igreja Católica incluída”.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi a única celebração do género instituída pelo Concílio Vaticano II (Decreto «Inter Mirifica», 1963) sendo assinalada na maioria dos países no domingo que antecede a Solenidade de Pentecostes – este ano, a 5 de junho.

Na preparação do evento para 2011, Bento XVI disse ainda esperar que os fiéis possam “testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho”.

Para Teresa Messias, professora de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, “o grande desafio religioso que a Internet coloca aos cristãos talvez seja, afinal, o de, gerarem relações de confiança e generosidade que se concretizam depois também no acolhimento presencial direto e profundo”.

Em causa está, sobretudo, a criação de uma “identidade digital católica”, acrescenta Jorge Pires Ferreira, que “arriscaria um perfil baseado no Concílio Vaticano II”.

“Na rede, sabemos que somos o que partilhamos. Na vida, sabemos que a maior partilha é a que nos constitui em comunidade de comunhão”, exemplifica o diretor-adjunto do “Correio do Vouga”, referindo-se aos ensinamentos contidos na encíclica conciliar “Lumen gentium”.

O Semanário ECCLESIA desta terça-feira disponibiliza ainda um “olhar” sobre “alguns bons exemplos de comunicação da identidade católica através das ferramentas digitais”, partilhados pelo programador Fernando Cassola Marques, responsável pela transmissão online das principais actividades da diocese de Aveiro.

JCP
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