RESPINGANDO A BOLA – 3º CAPÍTULO –

Um juiz sulista, ex-dirigente futebolístico, um quixote, que lutou contra ventos e marés, contra o velho e atual sistema, diz à R.R., “ a canalha que manda no futebol português não tem respeito pelo clube (dele).É uma quadrilha que tomou conta do futebol português.”

Um treinador nortenho diz em conferência de imprensa, que ali não são anjinhos, pelo fato de chegar atrasados ao início e recomeço de um jogo de futebol. Alguém me assopra aos ouvidos alertando que se enganou, porque devem ser uns diabinhos a infernizar o futebol português.

Um presidente sulista dá os parabéns a um clube nortenho, porque conseguiu vencer o jogo, num penalti duvidoso e sem o cumprimento dos regulamentos.

Assim, a liga de clubes mandou elaborar um inquérito, mas só um anjinho acreditará que há alguma alteração.

Veio no período do mercado, da compra e venda de jogadores, para um clube sulista, egípcio, um Xico Bala, que a “ jogar parece uma raquete, com grande talento e técnica a jogar em qualquer posição”. Será que tem direito a uso e porte de arma?

“ Polvo admite permanência”, título de um diário desportivo sobre um jogador nortenho apesar de ser um dos que tem mais mercado do plantel. Afinal sempre há polvos no futebol português.

Um clube do sul do país bateu o record de inscrições no último dia da feira de compra e venda de jogadores, já perto da meia-noite, nos últimos minutos, conseguiu contratar um marreco. Irá marcar golos com a corcunda?

Joseph Platter, presidente da FIFA, afirma que “ o futebol é como as batatas, servem para muita coisa.”

Um presidente sulista diz que o penalti de um clube rival com que passou a eliminatória, só se vê com um extensómetro. Ele cada aparelho mais esquisito…

Um treinador com nome divino diz que o “ jogador não tem nacionalidade, não tem cor, nem religião ou idade, só tem preço.” Alguns nem preço tem, estão a saldo.

Um treinador nortenho diz que mereceu ganhar porque o jogo só acabou no fim. Em alguns bastidores ganham-se no princípio.

Dizem algumas dezenas de comentadores que invadem os écrans das televisões, que o futebol português está nivelado por baixo, principalmente quando jogadores, treinadores, dirigentes, ainda os jogos não começaram e já estão a pressionar a arbitragem.

Um celebre político português da oposição diz que “ não tomo decisões antes dos fins de jogos, nem que comecem para lá dos horários previstos e com muitos minutos de prolongamento.” Será que não daria um bom treinador?

No primeiro fim-de-semana de Fevereiro, os tripeiros não conseguiram dançar o bailinho da Madeira, os homens da luz levaram a águia, mas deixaram-se dormir ao som do canto do galo, os leões foram praxados na sua própria casa, dentro da legalidade e sem abusos, e a equipa da terra dos arcebispos, apanhou uma congestão de pastéis de Belém.

Apesar de ser salvador, teve de sair do camarote onde assistia ao jogo da sua equipa sob escolta, afinal, já não são só os árbitros, para alguns dirigentes também tem o mesmo procedimento.

Dizem as estatísticas que é o jogador com mais penaltis falhados na história da liga do futebol, mas o seu treinador teimoso, afirma que será sempre a marcar aquelas faltas na sua equipa. É por estas e outras teimosias de mau gosto, que não ganha nada e vai morrendo na praia…ou fica de joelhos.

Um treinador muito sabido da terra do fundador, diz que “ tudo será decidido nos pormenores”, aguardo que isso não aconteça no próximo sábado, quando jogar com a minha equipa.

Notícia em primeira página de diário desportivo “ treinador não poupa ninguém para o dérbi no charco do 25 de Abril”. Com quase quarenta anos já deu em charco?

Vem aí mais um dérbi, um clássico lisbonense, para bem da nação, perdão, para bem do governo, porque vai ser tema em todas as conversas, análises profundas, até ao mais ínfimo pormenor, discussões diurnas e noturnas, aqui e além-mar.

António Alves Fernandes

Aldeia de Joanes

Fevereiro/2014