O objetivo principal da política é criar a amizade entre membros da cidade.

Aristóteles

Passados meses desde as Eleições Autárquicas, e com novos figurinos na agregação de diversas freguesias, é importante ir ao encontro das pessoas e saber o que pensam. Recorde-se que Aldeia de Joanes ficou sem sede de junta e juntou-se a Fundão, Valverde, Donas e Aldeia Nova do Cabo.

Saímos para a rua e fomos ouvir os eleitores de Aldeia de Joanes, saber os prós e os contras, o positivo e o negativo, se estas medidas trazem poupanças e se concordam em geral com a agregação das freguesias. As respostas aí estão:

Construtor Civil de 60 anos, “para qualquer problema dispunha-se do presidente junto de nós e agora evaporou-se, não existe. Hoje não existe relação, nem proximidade entre os cidadãos e o órgão autárquico. Desapareceu totalmente.”

Professor de 45 anos, “em alguns aspetos poderá ser positivo. Talvez, mais facilidades pelo facto de o Fundão estar junto a Aldeia de Joanes. Ali existe um horário mais flexível de atendimento. No aspeto negativo, saliento que os funcionários têm de se repartir pelas várias freguesias, e não vão dar a atenção aos problemas dos cidadãos”.

Desempregado de 62 anos: “foi uma medida economicista, que não trouxe qualquer vantagem para a freguesia, bem pelo contrário. Se não for o pessoal da nossa terra a fazer obra, não são os estranhos.”

Reformado de 64 anos, “o elemento que Aldeia de Joanes elegeu não tem poder de decisão. As freguesias perderam identidade, perderam a proximidade indispensável para resolver os problemas. Não houve qualquer ganho. Há um poder abstrato que não se conhece. Antes havia alguém que nos recebia. As freguesias rurais ganharam zero”.

Empregado de Comércio de 46 anos: “é negativo porque Aldeia de Joanes tinha tudo à mão e agora temo de nos deslocar ao Fundão, para muitas pessoas, principalmente idosos é um grande incómodo.”

Reformado de 57 anos,”é negativo porque representa uma maior distância do poder de decisão em relação às populações. Há falta de conhecimentos reais das populações. O tão apregoado simplex, fica relegado para segundo plano, para segundo dia. O sentido de poupança apregoado é uma mentira. Resumindo, os governadores da nação, não conhecem cabalmente a sua nação.

Escreva aí que o Fundão trouxe o S. Jorge de Alpedrinha e depois teve de o devolver. Nós não queremos que nos devolva a Nossa Senhora da Amparo, nem a Nossa Senhora do Pé da Cruz, nem a Nossa Senhora do Souto ou S. Miguel.”

Empregado de Escritório de 50 anos, “em primeiro lugar surge a pergunta: porque em vez de extinguir as quatro freguesias, não extinguiram a do Fundão, onde existe uma Câmara Municipal que responderia à maioria das necessidades dos fundanenses? Criou-se uma mega junta de freguesia, que não responde às preocupações das populações e tenho muitas dúvidas se haverá vantagens económicas.”

Enfermeiro de 27 anos, “agora é pior, porque cada um pensa para si, no seu umbigo, além de ter muitas dúvidas se em termos económicos esta junção resulta nalguma coisa.”

Reformada de 54 anos, “ainda é cedo para ter uma ideia formada sobre esta união de freguesias, mas estou na espectativa.”

Empregado autarca de 50 anos, “para mim foi muito má, porque o Povo não tem regalias. Agora para obter um simples documento tem de estar à espera dias, enquanto antigamente era na hora. Há mais burocracias.”

Um empresário de serralharia, de 40 anos, “até à data não verifiquei qualquer alteração em aspetos positivos ou negativos, nem melhor, nem pior. Na minha opinião também não se vai poupar absolutamente nada”.

Uma estudante universitária de 19 anos, “em relação à agregação das freguesias, não tenho uma opinião muito formulada, mas entendo que não faz muito sentido, porque cada freguesia tem os seus costumes e tradições, isto é, são freguesias que não têm nada a ver umas com as outras. Apesar de se unirem, não se conseguem transformar apenas numa, porque cada qual tem a sua identidade”.

Um empresário agrícola de 60 anos, “não se verificou qualquer regalia para a freguesia, bem pelo contrário. A falta de proximidade e de atendimento acabou com as pessoas, e em termos económicos, os gastos são iguais.

Assistente Operacional de 54 anos, “ainda não observei qualquer benefício em Aldeia de Joanes com esta agregação. Se venho pedir a resolução de um problema, vejo boa vontade, não vejo a sua resolução. Quanto à poupança é nula.”

Um estudante de 21 anos, “ainda não tenho uma ideia bem formada e onde moro ainda não chegou lá essa união de freguesias, deve ter passado ao lado”.

Um marceneiro de 70 anos, “não tenho opinião, nem positiva, nem negativa, daqui a uns tempos falarei…”

Reformada de 67 anos, “não vi ainda nada de positivo, só perdemos benefícios e o Estado não tem qualquer poupança.”

Assistente Operacional de 50 anos, “a união de freguesias foi muito negativa e se passar junto à minha casa está tudo igual, por resolver, apesar de já ter alertado para a situação”.

Um reformado de 70 anos, “é negativo. Nunca compreendi como foi possível Aldeia de Joanes apoiar um candidato a presidente de Junta dessa união de freguesias, quando andou pelos corredores dos tribunais a reivindicar limites de freguesias que não tinham qualquer razão de ser.”

Recepcionista de 28 anos, “se as freguesias não têm nada em comum, como é possível existir uma estratégia política comum que beneficie as populações? São critérios artificiais que vêm de cima e estão desfasados da realidade. Isto lembra-me um governo com cinco primeiros-ministros, gostava de saber na prática como governa. Quanto a poupanças, só analisando as contas do antes e do depois. Porém, são evidentes os custos das populações, que têm de se deslocar para tentar resolver os seus problemas”.

Desempregada de 34 anos,: “a união é negativa, porque quem está à frente dos destinos destas freguesias não vai usar uma igualdade de tratamento para todas as freguesias.”

Comerciante de 67 anos, “estava-se melhor como antigamente, porque tínhamos a Junta de Freguesia junto de nós para resolução dos problemas. Em termos económicos não vejo qualquer vantagem.”

Ex-autarca de 78 anos,”´é positivo porque estamos perto do Fundão e não se justifica a Junta em Aldeia de Joanes, no entanto se pensarmos que se poupa alguma coisa, que se verifica algum benefício…”

Nota: Qualquer cidadão que tire as conclusões.

 

 António Alves Fernandes

Aldeia de Joanes

Fevereiro/2014