2011 terá de ser um ano de novos cristãos, consequentes de uma nova evangelização. Esta nova evangelização requer que cada um de nós, se proponha a ser radical, a defender a palavra de Deus, da mesma forma que Jesus nos ensinou – “Amando-nos uns aos outros”.
E não podemos partir do princípio que haverão outros a fazê-lo por nós, pois esta é uma tarefa intrínseca e proposta, individualmente, aos que são baptizados. Isto é, inicialmente, temos que “partir dos nossos corações”, sair de nós, para entrar no coração dos outros. Temos de ser os pastores da igreja, que caminham em “uno” e com um só objectivo – atingir a transparência do amor de Deus. Para o atingir temos de dedicar a cada membro da paróquia a atenção toda sem qualquer preconceito, e tendo como primazia a ovelha perdida.
Está na hora de renovarmos o baptismo com firmeza e consciência, porque ser Cristão não é ocupar um cargo, mas sim predispormo-nos a abrir a Igreja à graça do Espírito Santo, velando pelo rebanho.
Posto isto, os jovens, catequistas e membros da igreja devem lançar sobre si o desafio de ousar. Ousar ir além dos preconceitos, das críticas e de todas as verdades pré-estabelecidas. Ousar os sistemas pré-estabelecidos que há milhares de anos servem ao ser humano, ou seja, que aprisionam o espírito na busca do bem material (as paixões e o prazer oriundo da satisfação dos desejos). O contrário de ousar? Seria acomodar-se. E o que é acomodar-se para um espírito que assumiu a responsabilidade de executar a sua elevação espiritual? É viver como a humanidade vive, perpetuar a sua acção dentro dos papéis míticos guiados pelas verdades erróneas da sociedade, é padecer preso no igual, preso na preguiça e no medo. Portanto, ousar é ser diferente, e é fundamental para a nossa relação íntima com Deus.
E é esta a relação que devemos ter com Ele… uma relação que não é fácil, que terá as suas tempestades, mas que perante elas saberemos que Jesus estará ao nosso lado para nos dar a mão, para nos erguer. O caminho é construir uma fé autêntica, não desafiando Deus, mas sabendo apriori que ele “É”, porque “Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim!”. Temos de nos comprometer a cultivar…uma relação de proximidade, de amizade e de intimidade com DEUS! Ousar amar a Deus! E é neste sentido que devemos desafiarmo-nos a ultrapassar barreiras de fé, e crescer como água no poço, passando do parecer ao ser.