FUNDÃO – A ABERTURA DO ANO JUBILAR DA MISERICÓRDIA NO ARCIPRESTADO
O Papa Francisco com a publicação da bula – MISERICORDIAE VULTUS – o Rosto da Misericórdia, apelou para toda a Igreja, a todos os cristãos, à chamada da prática das catorze Obras de Misericórdia. O Papa Francisco alerta: “ precisamos sempre de comtemplar o mistério da Misericórdia. É fonte de alegria, serenidade e paz. É condição da nossa salvação. Misericórdia: é a palavra que revela o Mistério da Santíssima Trindade. Misericórdia: é o ato último e supremo pela qual Deus vem ao nosso encontro. A Misericórdia é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida.”
Em 8 de Dezembro de 2015,o Papa Francisco iniciou o Ano Jubileu Extraordinário da Misericórdia, com o ato da abertura da Porta Santa da Basílica de S. Pedro e S. Paulo e na Diocese da Guarda em 13 de Dezembro, com a abertura da Porta da Sé Episcopal.
A obtenção de indulgência do Jubileu é o seguimento de um cumprimento com algumas obrigações, confissão sacramental, participação na eucaristia e oração pelas intenções do Papa Francisco.
Como indica a bula papal, todos somos peregrinos, numa peregrinação com destino à meta para a qual somos chamados. Uma dos gestos desta peregrinação pode ser feita à Catedral de cada Diocese e à Igreja Jubilar escolhida em cada arciprestado. Assim aconteceu no dia 14 de Fevereiro, no primeiro domingo de Quaresma, que é um caminho pessoal e comunitário de conversão. Deu-se início no arciprestado do Fundão à abertura do Ano Jubilar da Misericórdia, numa Igreja Matriz, cujo patrono, S. Martinho, tão ligado à solidariedade e à pobreza, é o santo que deu a sua capa a quem tinha necessidades, a um mendigo com frio.
Na frontaria do templo está afixado o símbolo universal do Ano da Misericórdia, um logotipo da autoria do Padre Jesuíta Marko RupuiK, com as palavras “MISERICORDIOSOS COM O PAI” e apresentação da imagem do Bom Pastor, um Cristo carregando aos ombros o homem perdido, doente, enfermo, pobre…Se olharmos para esta imagem observamos ali propostas de vivência de misericórdia, o exemplo do perdão e do amor.
No interior da Igreja Matriz, quatro faixas gigantes despertam a nossa atenção para as mensagens de Misericórdia: ACOLHE – ESTÁ ATENTO – AGE – CONVIDA.
Enquanto no templo se proceda à aspersão do povo, o Grupo Coral canta: “das fontes da salvação, saciai-nos Senhor”.
O Arcipreste do Fundão, em breves palavras, salientou que por determinação episcopal, aqui estão reunidos os párocos das vinte e cinco paróquias, a dar abertura ao Ano Jubilar da Misericórdia.
No tocante à eleição dos últimos Papas, tem-se verificado os sinais do Espírito Santo. Aparece um João XXIII, já com idade avançada, Cardeal de Veneza, homem simples, humilde, bondoso, e quando a Cúria Romana pensa que está mais para a peregrinação eterna, convoca o Concílio Vaticano II – uma lufada de ar fresco para toda a Igreja, assim como a publicação de duas Encíclicas Memoráveis, Pacem in Terris (Paz na Terra) e Mater et Magistra (Mãe e Mestra). Um Paulo VI dando continuidade ao Concílio e com uma Encíclica muito atual – Humanae Vitae, (A Vida Humana) e Populorum Progressio (Progresso dos Povos). Um João Paulo II, o Papa de Fátima e do Diálogo Inter-religioso e a renúncia de Bento XVI.
Chega um Papa que vem de outro mundo, da Argentina, que viveu, conviveu no e com o Povo, com as suas ansiedades, angústias, pobreza e sofrimento. Assim, o Papa Francisco lançou um grande desafio a todo o Povo de Deus, celebrar a Misericórdia de Jesus Cristo, viver o projeto de amor, porque Deus veio até junto dos homens por esse amor.
Entrou-se nos tempos quaresmais, de oração, de renúncia, de jejum e abstinência, de esmola, oportunidade para os cristãos procurarem a Misericórdia divina e se tornarem de fato, discípulos de Jesus Cristo.
Não é viver a Quaresma quando se deixar de comer carne, no cumprimento de um preceito, para se encher o estômago de camarão, outros mariscos ou luxurias, esquecendo-se de partilhar os gastos desnecessários, com os pobres e necessitados, com os irmãos das nossas periferias que passam fome, que precisam de ajudas.
Neste ano Jubilar estão todos convocados para o Deus da Misericórdia. A recitação da oração do Pai Nosso identifica as causas de Deus com as nossas causas.
A Porta da Igreja Matriz do Fundão está aberta para todo o arciprestado, principalmente às segundas-feiras, das 8H30 às 12H00, com eucaristia matinal, exposição do Santíssimo Sacramento e sacramento da reconciliação, período que se alonga até ao próximo dia 3 de Abril, Domingo da Divina Misericórdia, Jubileu para todos que aderem à espiritualidade precisamente da Divina Misericórdia.
No dia 10 de Março, há uma peregrinação jubilar aos doentes de todas as instituições de solidariedade social e lares, concretizando a quinta obra da misericórdia corporal.
Se abrires o coração a quem tem fome e sede, tens a misericórdia eterna do Senhor.
António Alves Fernandes
Aldeia de Joanes
Fevereiro/2016