Estava admirado com a falta de fé daquela gente. (cf. Mc 6,1-6)
Deus aproximou-se de nós, nascendo homem.
Foi uma entrada tão lenta e tão normal,
uma convivência tão humana,
que só viam o filho de Maria e de José!
Quando Jesus voltou a Nazaré e se revelou como Messias,
os conhecidos não acreditaram nele, cegos de certezas.
Quem pensa que sabe tudo sobre o outro,
como se pode abrir ao mistério único e profético?
Como pode deixar que Deus, o imprevisível, possa atuar?
A profecia, no nosso entender, mora sempre ao lado!
As pessoas que admiramos e escutamos vivem à distância,
porque os que são próximos, principalmente quando são humildes,
fazem o bem com a mão escondida, aconselham com voz baixa,
constroem a rotina de alegria e de atenção…
Só um dia quando faltam, descobrimos a falta que nos fazem!
Anda Deus disfarçado a perfumar as flores e a pinta-las de cores,
com música de fundo em sinfonia, a dar-nos oxigénio e vida,
e nós dizemos que Ele não existe, que isso são contos de fada!
Anda Cristo, o Emanuel, a conduzir-nos no silêncio da consciência,
a despertar o amor enterrado com medo de perdoar,
e nós dizemos que não precisamos dEle, pois somos reis e senhores!
Meu bom Deus escondido e fonte de tudo o que é a vida,
obrigado porque estás sempre connosco
e nos amas desta forma tão subtil e libertadora!
Cristo, Filho de Deus, que quiseste ser nazareno e carpinteiro,
obrigado seres o Emanuel no pão e no vinho eucarístico,
no silêncio do sacrário que nos espera cintilante,
na palavra conservada na Bíblia aberta e viva,
no irmão que ama e empresta a sua língua ao Espírito para profetizar,
no gemido que move as entranhas de quem dorme no seu bem-estar.
Aumenta a nossa fé e abre os nossos olhos à tua presença
naquele que enviaste e inspiraste e puseste ao nosso lado!
Pe. José Augusto
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