«Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?» (cf. Jo 6,1-15)
Jesus é a sabedoria da partilha que dá, dando graças,
e distribui a sua misericórdia para com todos
os que O querem seguir e alimentar-se da sua Palavra.
Há muita erva naquele lugar que não alimenta
e só serve para sobre ela caminhar e nela se assentar.
É no rapazito, símbolo da vitalidade generosa do pobre,
que Jesus vai “comprar”, sem dinheiro, o fruto da partilha.
No milagre da partilha, as sobras dos saciados não são lixo,
mas recolha aprendida para os discípulos agirem como Jesus!
A semana está cheia de “erva” que não dignifica nem alimenta:
aparências que iludem, superficialidades sem consistência,
vazios atulhados de produtos de consumo e ruídos de entretém,
shopings de abundância contemplados por olhos anémicos,
injustiças vendidas a alto preço, tráfico de influências,
dependências glorificadas, egoísmos insensíveis…
A semana precisa, por isso, dum Domingo de pão repartido,
de ação de graças à Palavra que nos salva,
de partilha que dignifica e fraterniza,
duma ecologia que não faça lixo, mas promova equidade.
Senhor, Mestre que interpelas as nossas lógicas de mercado,
ajuda-nos a redescobrir a riqueza do dom
e abundância da partilha fraterna e do cuidado do frágil.
Cristo, Pão da vida, em ação de graças contínuas,
ensina-nos a ser uma oferta agradável ao Pai,
na Eucaristia e na vida quotidiana partilhada.
Dá-nos um coração generoso como o daquele rapazito,
que entrega a Jesus o pouco que tem,
para que Ele o multiplique e reparta generosamente.
Obrigado pelos avós, mestres em partilha de fé e
administrados milagrosos que fazem do seu pouco,
a mesa do encontro e o alimento da união na família.
Pe. José Augusto
Fotografia: Arquivo/Benção do pão em Sandomil
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