23º Domingo do Tempo Comum

Filho do homem, coloquei-te como sentinela na casa de Israel. (cf. Ez 33,7-9)

Deus fez-nos comunidade à sua imagem e semelhança:
com capacidade de amar e assumir um projeto comum,
de cuidarmos uns dos outros como pais e sentinelas.
Como pais e irmãos somos membros uns dos outros,
solidários, complementares, subsidiários;
como sentinelas e faróis somos os anjos de aviso de perigo,
para que a liberdade desperte e se fuja dos perigos.
Jesus veio, não como juiz, mas como Caminho a seguir,
Misericórdia a oferecer, Luz a iluminar, Missão a continuar.

Cada um é livre para seguir o seu caminho,
mas cada um é responsável por ser anjo da guarda do outro.
A tolerância não se pode confundir com indiferença,
ver alguém caminhar para um precipício e não o avisar!
Ser sentinela à maneira de Cristo e do Espírito,
conjugando liberdade e amor, Palavra e silêncio,
sem julgar nem forçar, é um desfio grande e necessário!
Este estilo de vida que vivemos, 
em aceleração crescente e em aventurarismo compulsivo, 
está a criar dependências perigosas,
alegrias com ressaca, depressões continuadas, 
guerras incompreensíveis, solidões em gaiolas de ouro!
O mundo precisa de sentinelas atentos e amigos!

Senhor, comunhão de amor numa Trindade perfeita,
ensina-nos a viver em comunidade e em família, 
empenhados no bem do outro e com o coração reconciliado.
Cristo, Filho de Deus que encarnou Sentinela-Pastor,
envia-nos o teu Espírito e ensina-nos a cuidar do irmão,
com a mesma paciência, respeito, diálogo e entrega
com que Tu nos avisas, nos falas, nos corriges e nos perdoas!
Ajuda-nos a ser uma Igreja profética na hora atual,
para que ninguém nos possa acusar: “ninguém nos avisou”!

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