Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens.
(cf. Mc 1,14-20)
A preocupação de Deus pela humanidade brota do seu coração.
O envio de profetas, a missão do Filho,
o chamamento de discípulos e a missão de todos nós
é despertar o sonâmbulo, alertar o incauto, conduzir o cego,
libertar o adito, convidar a todos à conversão do coração.
Jesus chama pescadores a pescar de forma diferente,
não pensando apenas em si, no seu ventre e no seu negócio,
mas alargando o seu horizonte ao bem do outro
e à alegria da vida eterna, festa para todos.
Deus deu-nos a capacidade de transformar as necessidades básicas,
como comer, reproduzir-se, produzir, proteger-nos do frio e calor…
em momentos simbólicos construtores de comunhão
e comunicadores dos sentimentos mais íntimos e verdadeiros.
Assim uma refeição pode ser um enfardar rápido e solitário,
como quem mete combustível e vai embora,
ou ser um momento de comunhão, de partilha e de festa,
ou um momento religioso de memória e de oferta eucarística.
Trabalhar pode ser uma forma de sobrevivência
ou, além disso, uma forma de convivência, de construção de ideais,
de transmissão de valores, de comunicação de boas novas.
O desafio é não nos fixarmos nas coisas, pois o tempo é passageiro,
mas elevarmos a humanização à nobreza e arte de ser missão.
Senhor, Pai atento à saúde do planeta e dos teus filhos,
desperta-nos para o amor e faz de nós teus colaboradores,
que ajudam a fazer do tempo breve um caminho de eternidade.
Ensina-nos a transformar cada coisa que fazemos
num momento único de encontro, de reconciliação,
de arte de despertar e fazer crescer, de apontar para o essencial.
Faz de nós construtores da paz e da unidade,
associados da comunhão divina na diversidade.
Pe. José Augsto Leitão
Foto de arquivo: Peniche