Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra. (cf. Jo 8,1-11)
Jesus é o juiz justo que quer salvar o mundo.
Não branqueia o pecado: “Não voltes a pecar”,
mas dá sempre mais uma hipótese de recomeçar:
“Eu não te condeno, vai em paz!”
É a misericórdia a resgatar vidas
a interpelar juízes que não se sentem pecadores!
Quaresma é renunciar a julgar os outros,
para colocar-se na fila dos penitentes
que querem ser perdoados!
Quando tudo corre bem, achamos que somos os heróis,
quando as coisas começam a funcionar mal,
achamos que os outros é que são os causadores!
Há a tendência de encontrar sempre um bode expiatório.
Os comentadores e os murmuradores
andam de dedo em riste a atirar pedras aos outros.
Até parece que, no meio de tudo isto, somos uns santinhos,
intocáveis, perfeitos e cumpridores, que não falham!
Quaresma é tempo de rezar uns pelos outros
e pedirmos o dom do perdão e da conversão.
Senhor, Juiz que prefere ser Pai e Pastor,
obrigado por tanta paciência,
tanta sentença escrita na areia
e apagada pela água da misericórdia!
Desculpa as pedras que atirei aos outros,
muitas vezes por detrás, em murmurações contagiantes.
Ensina-me a amar o outro nas suas fragilidades
e a anima-lo a ser melhor, com o nosso exemplo.
Senhor, que eu ao olhar os erros dos outros,
saiba fazer o meu exame de consciência
e converter-me dos meus pecados!