6º Domingo do Tempo Comum
Se quiseres, guardarás os mandamentos: ser fiel depende da tua vontade. (cf. Sir 15,16-21)
Deus criou-nos livres e com a capacidade de fazer escolhas.
A vida está cheia de encruzilhadas e de propostas de felicidade.
Cada segundo é uma opção entre a vida e a morte,
entre o curto prazo sem horizonte e a longa eternidade.
Os mandamentos são uma carta de amor, escrita por Deus,
que aponta prioridades a escolher e alertas de perigos a evitar.
A fidelidade nasce dum amor agradecido e correspondido
e não do medo do castigo e da letra sem coração.
A liberdade é um dos direitos sagrados do ser humano.
É a capacidade de fazer escolhas e de expressar o que pensa,
que nos faz semelhantes a Deus e nos afirma como seres únicos.
No entanto, a massificação, o medo de ser diferente, a ideologia,
as pressões económicas, sociais, religiosas e políticas,
a miséria, o marketing, a má formação da consciência…
ameaçam gravemente a capacidade de fazer escolhas livres.
Às vezes é difícil de saber se somos marionetas telecomandadas
ou pessoas livres para escolher o que compramos e valorizamos.
Senhor Jesus, que nos chamas a subir à montanha da vida,
desperta-nos para as pequenas-gandes opções do dia-a-dia:
a palavra que falamos ou silenciamos, o olhar que cobiça ou perdoa,
o escutar que acolhe ou despreza, a mão que acarinha ou agride,
o coração que ama ou que mata, o amor que constrói ou divide.
Dá-nos o Teu Espírito de liberdade para amar e servir a vida,
e liberta-nos de tudo o que nos cega o discernimento,
adormecendo ou hipnotizando a raiz da nossa vontade.
Pe. José Augusto Leitão