“Sede perfeitos como o vosso Pai do céu é perfeito.”
O encontro do humano com a santidade é refletido e multiplicado entre sentimentos de impossibilidade e de sorte ou de destino. Custa tanto a acreditar numa igreja de pecadores que se marca pela comunhão dos santos. Não só os que já se encontram junto do Pai mas todos aqueles que vagueando pelas ruas da vida escolhem a tentativa de ser perfeito como o Pai é perfeito. A condição humana parece que muitas vezes nos anula a possibilidade de ser perfeito por habitarmos um corpo tão corruptível, mas a perfeição de Deus não exige a nossa condição pré divina, exige sim, a disposição na caridade e o reconhecimento na humildade da vontade do Pai. O catecismo da Igreja Católica ensina-nos que a adoração é o vínculo pela qual a criatura reconhece o seu criador – a santidade é esse gesto, acima de tudo humano. Não há santos fora da Terra, não há santos que não tenham vivido no mundo, não há santos que não tenham passado dificuldades e errado. Mas os santos podem ser isso tudo com a condição da procura do coração do Pai pela perfeição de vida, “Ora et Labora”, como quem dirá hoje “ama e vive”, não esperes pelo fracasso de um futuro hipotético, reconhece antes que o Pai é bom e enche de seus bens todas as criaturas. João Paulo II exortava em Itália os Jovens a não terem medo de “escancarar” os seus corações ao coração do Pai, na verdade, ele pedia que os corações de um mundo inteiro unidos pudessem ser suficientes para albergar o coração de um Deus que se fez pobre e pequenino no presépio de Belém. João Paulo II pedia-nos isso, o seu exemplo é a bravura de um santo, isto é, da sua vida pode não conhecer-se mais nada além de que viveu. Se viveu e reconheceu o Pai, se o amou como a beleza rara então atinge a santidade, não como meta ou finalidade mas antes como modo de vida. Alegramo-nos na celebração dos santos pois sabemos que tal celebração exige de nós o encontro da nossa vida a Deus na perfeição, que é feita de pecados, da santidade. Olhem por alto e procurem o Pai, dêmos graças a Deus pelos santos e por permitir a nossa Santidade!
Mário Silva
Mensalmente receba um pequeno resumo dos artigos do site padrehugo.com