4º Domingo da Quaresma

Ele ficou ressentido e não queria entrar. (cf. Lc 15,1-3.11-32)

 

Deus é o Pai que deseja a festa eterna de ter os filhos consigo!

O seu descanso não é estar sozinho e tranquilo,

mas gozar da presença dos seus filhos em fraternidade!

A nossa liberdade, as nossas más opções e ressentimentos,

geram sofrimento no coração de Deus,

mas não apagam o seu amor nem estancam a sua misericórdia!

O verdadeiro Filho, Jesus, tem o coração do Pai,

e, por isso, perdoa, come com os pecadores,

dá a sua vida na cruz e sela connosco uma aliança eterna!

Deus descansa no Filho e no Espírito,

porque estes amam com a mesma imensidão do Pai!

E nós descansamos o Pai, o Filho e o Espírito?

 

A maioria de nós não faz asneiras muito grossas,

mas também não somos especialistas em misericórdia!

Por isso, vamos rezando, cumprindo os nossos deveres,

muitas vezes resmungando, murmurando, ressentidos!

Somos como o filho mais velho da parábola,

que trabalha para o Pai, mas considera-o como patrão,

não saboreando a alegria de estar com Ele,

nem aprendendo do Pai a amar e a festejar o irmão que volta!

É a religião circunscrita às práticas religiosas, individualista,

sem comoção, sofrimento e compromisso pela salvação do próximo!

Com esta religiosidade seca e fria, Deus não pode descansar!

 

Senhor, Pai de misericórdia e entranhas de compaixão,

como ando longe de tão grande amor que fecunda a fraternidade!

Cristo, espelho da misericórdia do Pai e canal da graça,

envia-nos o teu Espírito e faz de nós novas criaturas,

capazes de amar e sofrer como Tu,

de correr para abraçar e beijar o irmão que volta,

de perdoar sem reservas a quem nos ofendeu!

Liberta-nos do rancor, da vingança e do desprezo de quem peca,

pois o mais importante não é a ferida do meu ressentimento,

mas a salvação do meu irmão ferido e perdido!

Faz de nós ministros da reconciliação que Te descansam e alegram!

Pe. José Augusto