A Fé e a relação de compromisso com os outros e com o mundo. Esta é a proposta de reflexão que este ano apresentamos para a Semana Nacional Cáritas. Com o slogn “Fé comprometida, cidadania ativa” queremos que todos se sintam responsáveis e parte deste “dar a mão” a quem está ao nosso lado. Esta semana arranca já no próximo dia 24 de fevereiro e prolonga-se até ao dia 3 de março, Dia Nacional Cáritas. A par de um conjunto de ações locais, vocacionadas para espaços de reflexão e debate com os cidadãos, esta iniciativa é marcada a nível nacional pela realização do Peditório Público que acontece em diversas cidades nacionais de 28 de fevereiro a 3 de março.
Este já tradicional Peditório reverte a favor dos diferentes projetos sociais desenvolvidos em cada Cáritas Diocesanas. Para a sua realização são mobilizados milhares de voluntários que, durante quatro dias, dão o seu tempo e a sua cara por este trabalho e pela causa “Cáritas”, dando o exemplo a todos os cidadãos e chamando a atenção para os temas da cooperação e cidadania ativa.
“Num período extremo como o que vivemos atualmente, com o aumento exponencial dos casos de pobreza e de exclusão social e suas consequentes problemáticas, a temática chave que, este ano, servirá de suporte à nossa reflexão prende-se com os valores de Fé e Solidariedade, temas que despertam também para a importante discussão sobre o papel e responsabilidade de cada indivíduo na própria Sociedade perante esta situação de alerta máximo e que visam o empenho de todos na construção de uma sociedade mais equitativa”, refere Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa.
D. Jorge Ortiga, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, fala na sua mensagem para esta semana aponta a Semana Cáritas como uma oportunidade “para favorecer uma maior consciencialização sobre o lugar que a caridade deve ocupar nas nossas vidas e reforçar a coragem duma indispensável presença interventiva na sociedade.” “A fé incute-nos o dever de oferecer e propor aos homens e mulheres deste século XXI uma nova gramática do humano, onde a caridade seja estilo coerente e feliz de vida” sublinha D. Jorge Ortiga reforçando a importância da relação “entre as pessoas e o funcionamento das estruturas da sociedade” no sentido de serem “expressões mais consentâneas de um mundo onde vale a pena viver.”
D. Jorge Ortiga recordando ainda as palavras de Bento XVI, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz onde, a propósito da crise financeira que se vive em toda a Europa, deixou um desafio a todos: “para sair da crise financeira e económica actual, que provoca um aumento das desigualdades, são necessárias pessoas, grupos, instituições que promovam a vida, favorecendo a criatividade humana para fazer da própria crise uma ocasião de discernimento e de um novo modelo económico.”
Segundo registos internos da Cáritas, em 2012, mais de 56 mil famílias solicitaram apoio à instituição e, a nível individual, foram declarados mais de 158 mil pedidos de ajuda em território nacional. Ao longo do ano 2012, a Cáritas Portuguesa registou um aumento das situações de emergência social na ordem dos 60% em relação ao ano anterior.
A Cáritas mantém o seu compromisso com a população, nomeadamente a mais carenciada, e irá dar continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver, em colaboração com as várias paróquias, no sentido de alimentar a esperança dos portugueses e proporcionar-lhes condições de dignidade que permitam a todos acreditarem que serão capazes de ultrapassar estes tempos difíceis.
in: http://www.caritas.pt/site/nacional/