67º – ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO DE BANCÁRIOS DO BPSM DE COVILHÃ-FUNDÃO
De dois em dois meses, como determinam os Estatutos da Associação de Bancários do ex-Banco Pinto e Sotto Mayor da Covilhã e Fundão, realiza-se um encontro.
Desta vez, em Abril, concretizou-se na Quinta da Raivosa em Penamacor. É de grande significado e simbologia este recanto agrícola, situado a Sul da vila onde nasceu Ribeiro Sanches. Também aqui teve origem esta Associação, que é única neste País, pela iniciativa do Dr. Armando Ferreira Simões, gerente na agência da Covilhã, que com o apoio de Francisco Andrade Dias lançou os primeiros alicerces.
Com a bênção do Padre Manuel Ribeiro Toscano, Pároco e Professor em Penamacor, irmão do atual Presidente de Direção, António Ribeiro Toscano, bancário do Pinto e Soto Mayor, lá se iniciou esta acção.
Nos pós 25 de Abril esta quinta foi espaço de muitos convívios, principalmente de professores nacionais e estrangeiros, principalmente de Espanha, França e Alemanha. Até aconteceu uma situação caricata no chamado PREC. Alguns revolucionários da época, vigiaram e cercaram a casa de habitação, convencidos que estavam a preparar um golpe de Estado com os vizinhos espanhóis.
Convidado o ex-Vice-Presidente da Câmara de Penamacor, Porfírio Correia Saraiva, com três mandatos, este esclareceu que esta Vila tem o maior espaço territorial a nível de freguesia. Teve no passado o Externato de Nossa Senhora do Incenso, onde estudavam muitos estudantes, a 1ª Companhia Disciplinar, com elevado número de militares, três quartéis da G.N.R., da Guarda Fiscal e da P.S.P. e Tribunal. Hoje tem apenas a G.N.R.. Com a saída destas instituições, emigração, com os grandes problemas de caráter demográfico, anualmente nascem em Penamacor seis crianças. Esta faixa arraiana de Portugal e Espanha, está a desertificar-se. Também chamou a atenção para o facto de que as Zonas situadas a Norte de Penamacor terem um regime de pequenas courelas, minifundiários, enquanto a Sul já existem os latifundiários.
Por força das casas senhoriais de Penamacor, Conde de Proença a Velha, Pamplona Osório e outras, caminho da linha férrea, que lhes iria dividir as suas propriedades, foi desviada para Norte, via Fundão e Covilhã, criando uma Estação, a quase trinta quilómetros com o nome de Fatela-Penamacor.
Juvenal da Ascensão Castanheira, ex-empregado do BPSM, além de histórias hilariantes, apresentou o seu vasto curriculum, em termos de diversos cursos de formação bancária, como por exemplo, Serviço Incentivo ao Investimento e Operações Bancárias no Estrangeiro e diverso material para memória futura.
A hora do almoço chegou, confecionado pelos mestres cozinheiros do ex-BPSM, que não sabem só créditos e débitos. Em termos culinários prepararam um borrego guisado, a causar inveja ao melhor cozinheiro nacional. Para acompanhar tão bom repasto, um vinho com marca da casa – Vinho Padre Manuel.
António Ribeiro Toscano, anfitrião, Presidente da Direção, nas suas breves palavras recordou “os que já partiram, para eles todo o respeito. Sinto-me muito feliz por mais este convívio se realizar nesta casa, a casa-mãe destes convívios.”
Carlos Manuel Nabais Bragança salientou “que não há pior morte que esquecermos os nossos companheiros já falecidos.” Pelo sufrágio das suas almas foi rezado um Pai-Nosso.
Mário Luís Fernandes Barbosa, o decano dos trabalhadores bancários, entende que “ estes encontros são bons. Enquanto pudermos devemos estar presentes, com a organização da comissão. Estes convívios resultam, em primeiro lugar, de termos trabalhado muitos anos na mesma instituição, onde existia um espírito familiar, com raras exceções. Segundo, reviver os nossos amigos e entrelaçarmos a amizade de uns com os outros.”
Carlos Bragança salientou que “ este é o nosso local de culto, de amizade, das primeiras reuniões, da saudade”.
José Teixeira leu a ata do 66º Encontro, realizado num restaurante situado no cruzamento da Lardosa – Castelo Branco, aprovada por unanimidade. Realçou que “ aqui é um lugar histórico e de grandes tradições”.
Antes de cada um regressar às suas residências, alguns companheiros ainda deram um saltinho a Valverde del Fresno (Espanha), para a aquisição de recuerdos e principalmente para atestar de combustível os depósitos das suas viaturas, com a vantagem de obterem um lucro em relação a Portugal, o que lhes permite pagar o almoço, as despesas da viagem e ainda sobraram uns trocos para saborear umas sandes de bacalhau na Tasca da Estação, acompanhadas com uma garrafinha da Adega Cooperativa do Fundão.
O próximo Encontro foi marcado para o Souto da Casa – Fundão, na praia fluvial, no dia 29 de Junho, última quarta-feira do mês, coincidindo com as solenidades de S. Pedro e de São Paulo e o encerramento das festividades dos Santos Populares.
António Alves Fernandes
Aldeia de Joanes
Maio/2016