68º ENCONTRO DE BANCÁRIOS DO BPSM DA COVIHÃ E FUNDÃO
No decurso das decisões tomadas em Penamacor, o 68º Encontro da ASAE/BPSM – Associação Sénior dos Antigos Empregados do ex-Banco Pinto e Sotto Mayor, estava previsto para a praia fluvial do Souto da Casa, mas por não reunir as condições exigidas, outras opções foram analisadas: praia fluvial de Valhelhas, Parque da Boidobra, tendo-se optado finalmente pelo Parque Florestal da Covilhã, requalificado e reaberto em 2012. Situado na encosta sul da Serra da Estrela, este Parque com dezenas de cedros centenários, que tem escapado às mãos criminosas de incendiários, foi cenário de muitas visitas de estudo de ciências naturais (estudo de diversas plantas e dos viveiros de trutas) pelos alunos do Liceu Nacional Covilhanense, e lugar de encontro de pares de namorados. Hoje, fazem-se convívios, com um mini espaço para crianças e, na parte superior, um átrio a necessitar de uma urgente limpeza e corte de erva por parte da autarquia.
Emídio Cardoso Martins, natural do Fundão, com vinte e sete anos de bancário, quando jovem vinha para este espaço jogar futebol: “porque na Covilhã só podíamos jogar na Avenida Salazar.“
A data não podia ter sido mais feliz, com o encerramento das Festas dos Santos Populares em Portugal, que decorreram com muito brilhantismo no mês de Junho – a Festa de São Pedro, que em termos litúrgicos é acompanhado por São Paulo.
Diretamente da lota de Setúbal chegaram as caixas de sardinhas fresquinhas, assadas com a maestria de Francisco Alves Monteiro. Para o seu acompanhamento, batatas cana beque, saladas e bom vinho da região (um garrafão que se encontra na fonte para se beber mais fresco, foi a cobiça de mãos alheias.)
O Presidente da Associação, José Manuel Matos Teixeira, leu a ata do último encontro na Quinta da Raivosa – Penamacor, local mítico, de culto, a nossa catedral, porque foi ali que nasceu a única Associação de Ex-Bancários, com estatutos oficializados.
A ata colocada à votação de todos, foi aprovada por unanimidade, tendo o Presidente da Associação informado todos os presentes, que o próximo encontro será a 26 de Outubro, na freguesia de Janeiro de Cima (Terras do Xisto), na casa do ex-bancário Fernando Fernandes dos Santos. Também prometeu levar as atas desde os princípios da ASAE/BPSM, para todos os que quiserem consultá-las. Todos têm a possibilidade de acesso às memórias.
Enquanto se jogava uma cartada, por sinal com cartas com o símbolo do antigo Banco Pinto e Sotto Mayor, ouviam-se estórias rocambolescas, ao som dos tocadores de guitarra e viola – José Simões Gregório, Manuel Esteves Robalo e Joaquim Fernandes Corral.
José da Silva Tanganho, natural de Verdelhos, com vinte e anos de bancário, atividade que iniciou em Lisboa, passando pela Covilhã e terminando no Paul, recordou que nunca devia ter seguido esta profissão. Afinal cumprira seis anos na Marinha, no Navio de Guerra General Pereira de Eça, com a vigilância das costas de Angola, Guiné, Cabo Verde, Madeira e Açores, com serviços na Nato: “Se tivesse ficado na Marinha Portuguesa em termos pessoais e profissionais teria ficado muito melhor, além de não ter de aturar determinadas chefias.”
A tarde aproximava-se do seu final e, já com abraços de despedida, alguém lançou a ideia de que “o nosso fado é andar sempre com as malas na mão. Nós aqui morremos de fome, ou como disse Mário Vargas Llosa, escritor chileno, “Portugal é um país de casaco coçado e sapatos rotos”, só as folhas de Excel não nos levam a lado nenhum. A banca de hoje é o calcanhar de Aquiles da sociedade portuguesa”.
Em Outubro, em Janeiro de Cima, o 69º Encontro dos Antigos Bancários da Covilhã e do Fundão terá como cenário o Xisto.
António Alves Fernandes
Aldeia de Joanes
Julho/2016