D. Amândio Tomás sucede a D. Joaquim Gonçalves, que renunciou ao cargo por limite de idade.
Cidade do Vaticano, 17 mai 2011 (Ecclesia) – Bento XVI aceitou hoje a renúncia de D. Joaquim Gonçalves, bispo de Vila Real, sucedendo-o no governo da diocese D. Amândio Tomás, bispo coadjutor desde 2008, anunciou a Santa Sé, em comunicado oficial.
A substituição acontece no dia em que D. Joaquim Gonçalves completa 75 anos de vida, idade em que o direito canónico impõe a apresentação da renúncia ao cargo.
O bispo emérito de Vila Real disse abandonar as funções com a consciência de deixar “obra para durar” e com a satisfação de ser substituído por alguém da terra.
“Alegro-me por ser a primeira vez que Vila Real tem um bispo natural de cá: D. Amândio Tomás conhece bem as terras, é estimado, de modo que esta passagem acontecerá sem solavancos de espécie nenhuma” realça D. Joaquim Gonçalves, em declarações à Agência ECCLESIA.
O agora bispo emérito foi auxiliar da diocese de Braga entre 1981 e 1987, altura em que foi nomeado coadjutor de Vila Real, diocese que passou a liderar em 1991, o que fazia de D. Joaquim Gonçalves o “decano” dos bispos portugueses quanto à longevidade no cargo.
O prelado foi submetido a um transplante cardíaco, em Coimbra, na noite de 12 para 13 de janeiro de 2008, tendo acabado por recuperar de forma favorável.
D. Amândio Tomás, ordenado bispo em Roma por João Paulo II, a 6 de janeiro de 2002, é oriundo de Cimo de Vila da Castanheira, Chaves, diocese de Vila Real, onde nasceu em 1943.
O novo bispo de Vila Real quer “fiéis empenhados” na “transmissão” da fé, para colocar em prática a estratégia de nova evangelização da Igreja, numa diocese “pobre, montanhosa e fragmentada”.
“Da Igreja não constam apenas bispos e padres, é um mistério de comunhão de homens e mulheres, e todos somos poucos para anunciar Jesus Cristo, ninguém é dispensável” aponta D. Amândio Tomás,
Padre desde 15 de agosto de 1967, o seu percurso académico levou-o até Roma, à Universidade Gregoriana e ao Instituto Bíblico, locais onde se licenciouem Teologia e em Ciências Bíblicas, respetivamente.
O prelado foi vice-reitor do Colégio Português de Roma, em 1976, e reitor daquela Instituição a partir de 1982, permanecendo em Roma até 5 de outubro de 2001, dia em que João Paulo II publicou a sua nomeação para auxiliar da arquidiocese de Évora, que deixaria em 2008 para ser coadjutor em Vila Real.
D. Amândio Tomás é o delegado da Conferência Episcopal Portuguesa na Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE).
Um bispo coadjutor é nomeado por iniciativa da Santa Sé e, ao contrário dos bispos auxiliares, goza do direito de suceder ao bispo diocesano quando este cessa as suas funções.
“Vagando a sé episcopal, o bispo coadjutor torna-se imediatamente bispo da diocese para a qual fora constituído”, refere o cânone 409 do Código de Direito Canónico.
A diocese de Vila Real foi criada pelo Papa Pio XI pela bula ‘Apostolicae Praedecessorum Nostrorum’, de 20.04.1922, com paróquias vindas da arquidiocese de Braga (166) e das dioceses de Lamego (71) e Bragança (19) ficando com os limites do distrito do mesmo nome.
A superfície da diocese transmontana é de 4273 quilómetros quadrados e tem atualmente 264 paróquias.
O primeiro bispo de Vila Real foi D. João Evangelista de Lima Vidal (1923–1933), seguindo-se D. António Valente da Fonseca (1933–1967), D. António Cardoso da Cunha (1967–1991), D. Joaquim Gonçalves (1991-2011) e, agora, D. Amândio Tomás.
JCP/OC
Notícia atualizada às 13:23