Quem me conhece sabe do frenesim da minha vida. De facto, fiz muitas coisas e, nos últimos anos, sem dúvida que exagerei. O nosso metabolismo, o nosso sistema imunitário, não é como as máquinas e os motores que conhecemos e, mesmo assim, nesses casos, quando excedemos os seus limites, também acabam por quebrarp.
No meu caso específico, sempre imaginei que me sentia ótimo, que podia lidar com a pressão e, recorrendo um pouco de descanso, estaria logo pronto para um novo desafio. A realidade não é, de facto, assim. E, curiosamente, embora as análises médicas possam até ser óptimas, e com mais, ou menos, algumas caminhadas no campo, a realidade é que nossa cabeça começa a enfraquecer. Silenciosamente e sem nos apercebermos!
No final de uma fase em que não desejo a ninguém, gostaria de expressar mais uma vez meus agradecimentos mais profundos aos amigos que tive, principalmente dos tempos de escuteiro no CNE, mas acima de tudo à minha família, nuclear, e ao médico, um servente da comunidade religiosa das Irmãs Hospitaleiras, que me acompanhou conseguindo a proeza de me mudar como ser humano, que praticamente já não era. O melhor ensinamento é finalmente entendermos que nada somos sem espírito e o materialismo é algo que fica sem nos dar a alegria de se viver em paz com todos e todas.
O texto que escrevi no meio de uma profunda crise psicológica, motivada pela irracionalidade do comportamento humano, levou-me a conseguir a desenvolver o «Ensaio» que tanto procurava, e espero que fique para memória futura, mostrando como até é possivel recuperar destas maleitas com vontade própria e apoio espiritual da família nuclear herdada de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Porém, verdade seja dita, eu não ficaria bem com minha consciência se não compartilhasse esta confidência convosco. Na minha vida não há segredos.
A foto também tem um profundo significado. Na verdade, nunca sabemos o futuro. Por mais planos e estudos que se façam, basta um segundo, que nos transforma em definitivo. Até em poeira!
O livro, em formato digital, está a ser preparado em Angola, semeando a vida noutros continentes, e mostrando que, quando queremos, de facto, ela muda e muda-nos completamente.
Nas próximas semanas falaremos desta caminhada, convidando-os a reflectir comigo todos os passos que foram dados como um peregrino em busca da sua salvação.
Luanda, 26 de Julho de 2020
António José Alçada