Se ele não esperasse que os que tinham morrido haviam de ressuscitar, teria sido em vão e supérfluo orar pelos mortos. (cf. 2 Mac 12,43-46)
Deus criou-nos para a comunhão plena com Ele e entre nós.
Pelo pecado, o ser humano escolheu a morte, vivendo para si,
mas Deus não desistiu de lhe restituir a vida para sempre.
Enviou o seu Filho a dar a vida para que todos tenham vida.
Muitos acolheram a vida em Jesus, pela fé e o seguimento,
mas pelo caminho voltaram atrás, sentindo medo de amar.
Morreram meio desconfiados, resistentes em perdoar,
com necessidade de continuar a purificação do coração.
A Igreja dos santos, que já vive a comunhão plena, diz-lhes:
Vede como é bom viver no abismo do amor!
Não tenham medo, vinde e deixai-vos abraçar pelo Senhor!
Nós, a Igreja que peregrina na fé, oramos por eles e animamo-los
a deixarem-se purificar no amor dAquele que a todos quer salvar.
Rezar pelos que partiram à nossa frente é um ato de fé e de amor,
pois nasce da esperança da ressurreição em Jesus Cristo
e brota da memória do coração que a separação não apagou.
As flores, as orações, as velas, a participação na Eucaristia
são mensagens de saudade e ofertas de fé e carinho
a quem sabemos que estão vivos e desejamos a felicidade.
O cemitério é apenas o último lugar da relação visível
que nos recorda que estas pessoas partiram mesmo para outra vida.
Mas a comunhão continua, pois o amor vence a separação.
Senhor, Pai de misericórdia e Deus de toda a consolação,
purifica-nos do pecado que nos fecha sobre nós mesmos.
Cristo, enviado do Amor eterno para nos salvar da morte,
cura todas as feridas que impedem os nossos falecidos
de se entregarem totalmente a Ti
e de se deixarem lavar no teu Sangue purificador.
Cria em nós uma comunhão de amor intercessora
que cuida dos que andam perdidos da felicidade,
nesta vida vida peregrina e na outra invisível, mas presente.
Pe. José Augusto