Em Angola os escuteiros têm muita dificuldade em arranjar material. Importam do DMF e com a desvalorização da moeda angolana, os preços ficam incomportáveis.
Na realidade um lenço, uns calções e uma camisa, não são difíceis de fazer, tendo em conta o elevado número de alfaiates que ainda existem.
Assim, tomei a iniciativa com a Caritas Diocesana da Lunda Norte, e estamos a tentar organizar um DMF para o designado equipamento básico. Começamos pelos lenços de Junior (ou Explorador), estão em produção os de Lobito e já se adquiriu pano para as restantes secções.
Felizmente não é difícil arranjar as cores exatas das 4 secções e dos dirigentes. A produção de máscaras em pano, ajudou e de que maneira, a chegada a terras do Leste de Angola de panos de todas as cores. Em Angola o uso de máscara é obrigatório em todo o lado. Mesmo para quem bate à porta devemos usar máscara para receber a visita.
Presentemente estão-se a desenvolver os calções experimentais e depois a camisa, que em Angola, é um pouco mais clara que a do CNE.
De facto, esta solução com a Caritas permite a organização, que já se tentou implementar sem sucesso com a entrega de 50 lenços vindos de Portugal, mas que os agrupamentos acabaram por adquirir outro material. Mas também é verdade que sem transportes, dada a pandemia, com a desvalorização da moeda, o material importado torna-se, de facto, incomportável.
Quando estive no CNE, nos anos 70, os calções eram feitos nas modistas da terra, pese embora o DMF, ainda na Rua da Fé, vendesse o pano. E foi essa a ideia que propus a está a andar.
Os custos baixaram imenso, pese embora a qualidade não seja a mesma, mas possibilita que os jovens e crianças escuteiras possam sentir o Escutismo, como em qualquer outra parte do mundo.
Mesmo as camisolas azuis que o DMF da Guarda ofereceu ainda no ano passado, foram igualmente entregues à Caritas.
Luachimo, 10 de Outubro de 2020
António José Alçada
Dirigente da 1ª Secção da Associação dos Escuteiros de Angola