1) Quem é Pedro Nóbrega?
Antes de mais olá a todos aqueles que leem esta entrevista. Quando falamos de nós corremos um grande risco que é o de sermos um pouco narcisistas mas vou procurar resumidamente contar um pouco do que sou.
Tenho 24 anos, sou seminarista a caminho do diaconado, sou natural da Camacha, uma terra na bela Ilha da Madeira.
Neste momento tenho o curso de Teologia quase terminado e sinto-me certo de que o caminho de Deus para mim passa realmente pelo Sacerdócio Ministerial.
Estou neste momento a estudar em Lisboa no seminário dos Olivais, mas quando fôr ordenado o meu serviço será na Igreja do Funchal.
2) Porque é que aceitaste participar nas JMJ?
Sempre olhei às JMJ como um sonho, como um objectivo. Sempre vi como uma vontade possível. Este ano, fazendo trabalho pastoral na paróquia de Nossa Senhora do Amparo – Benfica, fui convidado a acompanhar jovens que tinham nas JMJ o seu grande objectivo. Foi assim, na disponibilidade e no serviço que aceitei fazer parte deste sonho de Deus para as nossas vidas.
3) O que levaste na mochila para partilhar nas JMJ?
Levava uma coisa que achava essencial, quer para mim quer para todos os outros que comigo partilhavam esta peregrinação. A certeza de que Deus ia tocar os nossos corações. Levava também o receio de que algo falhasse, de não conseguir viver este presente de Deus totalmente. Além disto levava a responsabilidade do testemunho, não que não o tivesse que dar noutras alturas, mas um testemunho que pudesse fazer os miúdos crer ainda mais que o nosso objectivo não era simplesmente Madrid, mas era Cristo, era a Igreja era o Papa.
4) Que momentos te marcaram mais nas JMJ?
Houve muitos momentos que me tocaram, desde celebrações litúrgicas a actos mais informais. Mas recordado assim por alto dois ou três: A vigília em Cuatro Vientos, onde senti uma espécie de Teofania, tinha a certeza de que apesar de tudo Deus estava ali do lado daquela multidão. Outro momento muito marcante foi a Missa de Abertura, onde me senti agraciado por Deus e certo de que depois de todos os esforços a recompensa estava dada por Ele. Ler num momento como foi as Laudes da Missa do Papa com os seminaristas também foi marcante.
Tivemos outro momento muito especial, vimos o musical Wojtyla, momento emocionante e que a todos nos tocou, pois recordamos aquele homem que deu inicio a este grande acontecimento!
5) Sentes-te mais próximo de Cristo depois das JMJ?
Sim, sem duvida, sinto-me cada vez mais próximo de Cristo e como dizia atrás tenho a certeza de que o meu caminho passa por dar-lhe toda a minha vida! Quero ser Padre e sinto que as JMJ vieram iluminar ainda mais a certeza do meu coração.
6) Que recordas de Bento XVI?
A sua cara sempre querida quando passava pelas ruas, as suas palavras, mas sobretudo a sua perseverança na noite da vigília durante aqueles minutos em que os trovões, a chuva e o vento quiseram reinar. Aí sim, mostrou a valentia, e como ele disse passou uma grande aventura, que para mim se revelou num grande testemunho.
Esta é a juventude do Papa, esta certeza ficou assente na escuridão daquela noite que pouco depois se iluminou com a presença de Cristo em Corpo!
7) Recomendarias a participação dos teus jovens amigos numa JMJ? Porquê?
Sem dúvida, é o momento por excelência da comunhão da Igreja num único espaço. É o momento onde o turbilhão de emoções se confunde com a presença real da Trindade. É um tempo propicio para refazer a vida e caminhar mais na certeza de que Cristo é Rei e de que no mundo apesar das tribulações não devemos temer nada porque há um, Cristo que já o venceu!