Jornada Mundial da Juventude, Panamá, 2019 – Testemunho do Padre Hugo Martins
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ), é um grande encontro internacional promovido pela Igreja Católica, entre jovens do mundo inteiro. Ocorre num ambiente de festa, religioso, e cultural, onde cada um, fortalece e partilha, o encontro com Cristo. Esta 34ª edição, teve lugar na América Central, no Panamá.
O povo do Panamá preparou-se, com abertura da mente e do coração, para compartilhar, a sua riqueza multiétnica e pluricultural, mas sobretudo a alegria da fé em Deus, reafirmando valores morais, e os princípios cristãos. Na paróquia, na família, nos voluntários, no cidadão que nos acompanhava na rua, sentimos um acolhimento e acompanhamento, atento, pronto, fraterno, e comprometido, numa verdadeira partilha da vida pessoal e comunitária.
Lugar central neste encontro mundial é o de Maria Santíssima – Aquela que nos dá o seu Filho Jesus – traduzido no lema “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Foi criada uma custódia do Santíssimo Sacramento, com muitos elementos que identificam a cultura do Panamá, que é uma imagem de Nossa Senhora, que nos é apresentada, tendo Jesus no seu ventre. Com uma missão muito especial, dar-nos uma mensagem de amor, acompanhar os peregrinos nos actos centrais, e visitar as periferias, recebemos, na paróquia de Lourdes (Via Espanha), a imagem peregrina de Nossa Senhora do Rosário de Fátima (número 1). Uma multidão de jovens de diversos países, oravam, cantavam, choravam, sorriam, junto a este ícone de conversão e de paz. Nesta JMJ, foi reaberta após restauro, a basílica de “Santa Maria Antigua”, coração da Igreja na Arquidiocese do Panamá, é um templo emblemático, marco na história daquele povo, cenário de eventos relevantes, e actos religiosos, como o final das guerras mundiais. Testemunho como os peregrinos, em silêncio e devoção, abraçam a imagem da padroeira, colocada em altar lateral.
Perto da paróquia de Lourdes, onde se encontrou o grupo do Departamento Nacional da Pastoral da Juventude, estava o parque Omar, nas JMJ, chamado parque da Juventude. Sitio preparado para a vivência de várias experiencias, espirituais, culturais, e vocacionais. Ali encontrámos, o parque do perdão, a capela, a feira vocacional, o festival da juventude, o parque cristonautas, artesanato, área com temas da “Laudato Si”. Lugar com um horário alargado foi espaço de encontro e de partilha para muitos milhares de jovens.
Em cada um dos seus passos, o papa Francisco, comunicou com proximidade e misericórdia, através de sinais simples, concretos, e belos. Na cerimónia de acolhimento, as palavras de Francisco foram recebidas com muito carinho, o qual nos abordou com uma linguagem coloquial e acessível, manifestando a quão bom é voltarmo-nos a encontrar, no Panamá, terra de tanto amor e calor, convidando os jovens a amarem-se uns aos outros. (Jo 13, 34-35). No centro de correcção de menores, convida os presentes a que não sintam “o olhar … da murmuração e bisbilhotice” mas o da “transformação e conversão” (do Senhor). Na via-sacra o papa refere que esta “prolonga-se em tantos jovens e famílias que, absorvidos numa espiral de morte por causa da droga, do álcool, da prostituição e do tráfico humano, ficam privados não só do futuro, mas também do presente” e convida a “ Igreja que favoreça uma cultura que saiba acolher, proteger, promover e integrar”. Após uma caminhada, chegamos ao campo “São João Paulo II”, onde o papa nos mostra “só aquele que se sente amado por ser salvo”. Na missa do dia seguinte, o santo padre diz-nos: “Não sois o futuro de Deus; vós, jovens, sois o agora de Deus.” E nas palavras finais, convida os jovens, a serem no regresso aos seus lugares, sinal da força e da esperança de Deus.
Portugal será o país anfitrião da 35ª Jornada Mundial da Juventude, no verão de 2022, segundo anúncio do cardeal Kevin, em nome do santo padre, no final da missa, no campo João São João Paulo II, no Panamá. Foi com alegria e responsabilidade que escutámos esta boa notícia. Na certeza que Portugal é lugar de encontro de gentes e culturas, mas também marco na história da hospitalidade, da harmonia, da concórdia, da paz, e da esperança, para todos os que nos visitam, e ou aqui, habitam.
Com esta Jornada Mundial da Juventude, inicia-se uma nova etapa na Evangelização, aquela onde o jovem é escutado, amado com a paixão de Jesus Cristo, e através da união entre todos, se construa a “igreja em saída e ao encontro” como modelo para sociedade e para o mundo.
Hugo Martins, padre