O próprio Filho Se há-de submeter Àquele que Lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos. (cf. 1 Cor 15,20-26.28)
O reinado de Cristo é uma missão de Deus Pai:
ser pastor das suas criaturas dispersas e desavindas,
para que formem uma só família e vivam no mesmo amor,
sem exclusões nem favoritismos, a não ser o da graça e da justiça.
O reinado de Cristo não é uma busca doentia de poder,
mas um serviço cujo objetivo é reconduzir o coração de todos
ao amor e ao louvor de Deus, à imagem do seu Coração.
No final, que na eternidade é o hoje da salvação,
revelará os benditos do seu Pai, como habitados pelo amor,
e denunciará os malditos de seu Pai, insensíveis ao irmão.
Com esta festa, termina mais um ano litúrgico.
Rezámos várias vezes: “venha a nós o vosso Reino”,
mas será que que O acolhemos quando nos bateu à porta?
É uma proposta para destronarmos os ídolos que nos cegam,
tivémos a coragem de não lhes dar a prioridade das nossas energias?
Fômos capazes de dizer não às tentações da mentira,
do comodismo que nos adormece a inquietação pelo outro,
do consumismo acrítico, da busca de prazer compulsivo,
da injustiça corrupta, duma rotina infeliz e apressada?
Démos tempo e silêncio para escutar a sua Palavra?
Pai de bondade, venha a nós o reinado do teu Amor.
Cristo, infatigável pastor que nos buscas,
carrega-nos aos teus ombros e cura as nossas feridas
que nos fazem ter medo de amar e de ser amados.
Liberta-nos dos tumores que destroem a nossa vida
e das alergias que nos afastam de Ti e dos outros.
Dá-nos coragem para começar mais um ano litúrgico,
com o coração disponível para escutar a tua Palavra
e deixarmos que o teu Espírito faça novas todas as coisas.
Pe. José Augusto