Santa Mãe de Deus
Os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino. (cf. Lc 2,16-21)
Deus escuta os gemidos, olha o corre-corre de perdidos,
e não fica indiferente à sorte dos seus filhos,
mas inspira, comunica e envia o Salvador na fragilidade de menino.
O seu compromisso com a salvação da criação
borbulha do seu coração misericordioso de Pai e Mãe!
Deus encontra nos justos e humildes como Maria e José,
nos pobres e marginalizados como os pastores,
colaboradores sensíveis e obedientes que respondem
e se põem a caminho, não por curiosidade ou em busca de si,
mas como resposta a uma Palavra que ilumina a noite da fé!
A construção da paz quebra a indiferença insensível e fria.
A falta de amor alimenta-se do desprezo de si e do outro,
numa indiferença gélida, sem esperança nem ternura de viver,
num sado-masoquismo que cega a fraternidade!
Cada um no seu cantinho, orgulhosamente só,
sem janelas nem portas que nos comuniquem ou solidarizem,
num inferno raivoso, autista e autossustentado,
ou autojustificado pelo “cada um que se arranje
e siga o seu caminho, pois é livre e eu fiz por isso”!
Senhor, ao iniciarmos mais um ano, dom do teu amor por nós,
dá-nos a tua bênção e derrama sobre nós a tua paz!
Maria, Mãe de Deus e da Igreja, ensina-nos a estar ao lado de Jesus,
para que todos os que visitemos ou nos visitem,
se encontrem com irmãos e se encontrem com Deus!
Senhor, envia-nos o teu Espírito e dá-nos um coração de carne,
sensível, solidário, misericordioso, comprometido e empenhado
em construir a paz, globalizando e democratizando o amor!
Liberta-nos da indiferença cómoda e egoísta
que nos transforma em espetadores e comentadores,
em vez de irmãos solidários e anjos cuidadores e libertadores!
Pe. José Augusto