Escutismo: uma brincadeira muito séria!
O escutismo, e por maioria de razão o Escutismo católico, é uma brincadeira muito séria.
Uma brincadeira porque é um jogo.
Um jogo sedutor, divertido e interessante. Muito sério, porque é em pleno jogo e através dele que permite realizar a mais séria das tarefas que é a educação e, no caso do Escutismo, a educação integral.
Tudo isto depende, para se efectivar, do fim de uma ilusão muito difundida. Com efeito, ouve-se, frequentemente, que o cultivo da dimensão espiritual e a animação da fé acontecem naturalmente e que, portanto, só é preciso deixar que aconteça. Ora, se isto é verdade na perspectiva dos escuteiros, não o é na perspectiva dos educadores.
Para que aconteça naturalmente, em pleno Jogo e, por aí, na vida dos sujeitos em crescimento que o Jogo se entrega, tem que intencionalmente estar presente nos propósitos e na acção dos educadores, para além de na sua vida.
Para que os escuteiros naturalmente o encontrem, têm os educadores que intencionalmente o procurar e o propor, seja no respeito e no cultivo da dimensão espiritual intrínseca ao Escutismo, seja na salvaguarda de momentos explícitos de educação, vivência e celebração da fé.
A imagem criada para ilustrar estas perspectivas sobre a dimensão espiritual e a animação da fé no escutismo católico expressa claramente o sentido que se pretende transmitir: no íntimo da Flor de Liz, inscreve-se a Cruz, a dizer que a animação da fé se faz no âmago do Escutismo e a partir da sua dimensão espiritual original.
E assim, da Flor de Liz – do Escutismo – brota a chama, com tudo o que a chama significa para quem acredita, na fidelidade aos propósitos da Conferência Internacional Católica do Escutismo:
“0 Escutismo pode tornar-se o lugar de uma autêntica revelação de Jesus Cristo. Esta evangelização situa-se no próprio coração do Escutismo, o qual suscita a adesão pessoal e o testemunho de vida, através dos seus programas, das suas actividades, da sua pedagogia comunitária e activa.
ESCUTISMO?
Efectivamente, uma brincadeira muito séria!
António Bento Duarte