5º Domingo da Páscoa – Dia da Mãe
Então vos tornareis meus discípulos. (cf. Jo 15,1-8)
O Pai é o agricultor dum povo que chamou à vida pela aliança.
Fez de Israel um viveiro de esperança, buscando frutos novos.
Não os encontrando, não desistiu de amar a sua vinha!
Por fim, enviou o seu Filho, artista da misericórdia como o Pai,
a ser cepa nova e resistente ao mal, onde todos se podem enxertar.
Já não é uma vinha circunscrita a um lugar ou a um povo,
mas que, onde quer que esteja, está enraizada no Filho,
alimenta-se da sua seiva e do seu Espírito, em família de irmãos,
deixa-se podar e purificar pelo projeto do Pai
e dá frutos de vida, de amor e de paz, glorificando o Agricultor.
Tornar-se discípulo de Jesus é um processo de crescimento
até à estatura de Cristo, feita de etapas avaliada pelos frutos.
Alguns dizem-se cristãos pelo curriculum que apresentam:
fui batizado, andei na catequese, fiz a 1ª comunhão e o crisma,
andei no grupo de jovens, fui acólito, casei na Igreja, consagrei-me…
E agora o que é? Pedra viva da Igreja ou parte de outras construções?
Vive como discípulo de Jesus ou segue outros mestres?
Deixa-se podar pela conversão ou deixa crescer tudo?
Onde quer que esteja dá frutos de Cristo
ou veste-se de cristão no domingo e de corrupto na semana?
Pai de bondade eterna e agricultor de vinhas gostosas e generosas,
obrigado porque nos criaste fecundos e com capacidade de amar.
Jesus, vide nova e concretização do sonho florido do Pai,
obrigado porque nos acolhes sempre e nos ofereces vida nova
pela Palavra misericordiosa e pelos sacramentos da nossa salvação.
Liberta-nos da mediocridade duma vida enfolhada e sem frutos.
Cura-nos duma liberdade bandeirante que tudo quer experimentar.
Envia-nos o teu Espírito de verdade e de amor
e faz-nos sonhar grande na humildade generosa,
para que, alimentados com o tua seiva e podados do mal,
possamos dar frutos que gerem vida em abundância
e atraiam outros para se enxertarem em Ti, Cepa da eternidade.
Pe. José Augusto