Bento XVI – Um pontificado riquíssimo para a Igreja e para o mundo

O mundo foi surpreendido esta manhã e nós também pela decisão que o Santo Padre Bento XVI tomou de renunciar ao ministério de Bispo de Roma e, por inerência, de sucessor de Pedro.

Com toda a Diocese da Guarda desejo dar abundantes graças a Deus por estes seus quase oito anos de serviço à Igreja na cátedra de S. Pedro. Fica-nos na memória a sua visita a Portugal, em Maio de 2010, mas também a convocação do ano Sacerdotal e agora do Ano da Fé. Foi um Papa de coragem, não só pela forma como soube enfrentar graves problemas que aconteceram, durante o seu pontificado, na vida da Igreja, mas também porque tomou a iniciativa de tratar, com a competência que lhe é reconhecida, temas da máxima importância para vida das pessoa e da sociedade, mas que a agenda da cultura dominante teima em esquecer. É o caso do tema de Deus e o seu carácter decisivo para a realização das pessoas e mesmo a construção de uma sociedade com verdadeiro rosto humano.

Lembramos, nesta hora, a forma como Bento XVI se apresentou ao mundo, a partir da varanda da Basílica a de S. Pedro, no dia em que lhe era confiado o Ministério Petrino na vida da Igreja. Apresentou-se como sendo um humilde trabalhador da vinha do Senhor.

Esta foi uma lição que ele deseja prosseguir, ao dizer, na sua declaração de renúncia, que, a partir de agora, quer continuar a servir, de todo o coração, a Igreja, “com uma vida consagrada à oração”.

Em si mesmo, este acto de renúncia temos de o considerar um gesto verdadeira­mente profético, indicador da coragem com que toda a Igreja tem de saber percorrer os caminhos novos que o Evangelho e os sinais dos tempos lhe traçam.

+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda

Foto: http://anita-sentidos.blogspot.pt/